Poeira espacial vinda de Marte poderia derrubar teorias sobre as origens do
fenômeno conhecido como luz zodiacal
Um dos mistérios de Marte parece ter sido desvendado - e não foi com a ajuda
de missões enviadas a Marte!
A responsável pela descoberta foi a sonda Juno, através de seus painéis
solares. O fenômeno conhecido como Luz Zodiacal acontece sob determinadas condições,
logo após o pôr do sol e antes do amanhecer, quando é possível ver um fraco
brilho triangular no céu.
A luz é resultado de poeira espacial refletindo os raios solares, e só é vista
em algumas partes do céu, já que a poeira fica concentrada no plano das
órbitas dos planetas.
Esse mesmo fenômeno já foi observado em outras estrelas, e os cientistas
ficavam intrigados com a origem dessa poeira.
A explicação mais simples e intuitiva para esse fenômeno seriam detritos de
cometas e asteroides no Espaço, mas embora isso pareça muito óbvio, havia um
problema: simulações de computador dessa poeira zodiacal não conseguiam
reproduzir os mesmos efeitos, o que deixava muitas dúvidas sobre o fenômeno.
Agora, porém, o Prof. John Leif Jørgensen, da Universidade técnica da
Dinamarca, encontrou uma explicação bem inesperada em um local improvável: os
painéis solares da Sonda Juno!
Luz Zodiacal fotografada por Mindaugus Gaspa.
Créditos: Mindaugus Gaspa
Vale lembrar que Juno está atualmente orbitando o planeta Júpiter, e não
parecia a melhor candidata a elucidar mistérios do Planeta Vermelho.
Segundo Jørgensen, a poeira que vemos é originária de Marte, mas ele não
detectou nada escapando do campo gravitacional marciano e nem conseguiu
explicar como essa nuvem poderia atingir a velocidade mínima de escape de
gravidade de marte, que é cerca de 5 quilômetros por segundo. Seu trabalho se
concentra na distribuição dessa poeira pelo Sistema Solar Interno.
Na verdade tudo aconteceu por uma incrível coincidência, quando Jørgensen
estava apenas supervisionando a missão Juno para mantê-la segura.
Para confirmar sua orientação, a sonda possui câmeras que tiram fotos a cada
quarto de segundo para que seu computador possa calcular sua orientação em
comparação a posição das estrelas.
Jørgensen também esperava ver alguns asteroides, já que uma dessas câmeras é
projetada para registrar qualquer objeto fora do comum. Mas ao invés de ver
asteroides ocasionais, a câmera detectou milhares de brilhos rápidos.
"Nós pensamos, 'algo está muito errado.' As imagens pareciam com alguém
sacudindo uma toalha de mesa empoeirada pela janela." Disse o cientista em um
comunicado.
A equipe responsável pela missão Juno até desconfiou de algum vazamento em seu
tanque de combustível, mas depois de algumas checagens viram que não era esse
o caso.
Eles descobriram depois que a poeira estava atingindo o grande painel solar de
Juno a 16.000 quilômetros por hora (que é a velocidade relativa da Juno), de
forma que até mesmo partículas minúsculas acabam tirando lascas da parte
traseira do painel solar da sonda. E foi isso que as câmeras da Juno captaram.
No Journal of Geophysical Research, Jørgensen e os co-autores disseram: "Planetas nos quais a poeira está concentrada bem logo além da órbita da Terra
até logo após Marte. A quantidade de poeira observada, e as forças a
dispersando, sugerem que ao redor de 30 kg precisam ser adicionados a cada segundo
para manter o que Juno encontrou. A gravidade de Júpiter restringe a borda
externa da nuvem, enquanto o lado interno é varrido pela Terra para formar as
faixas que formam a luz zodiacal.
Concentração de poeira registrada pela sonda Juno no decorrer de sua jornada.
Créditos: Jorgensen et al / Journal of Geophysical Research Planets
Segundo os cientistas, as marcas pretas na imagem indicam o número de
detecções de poeira espacial no curso da missão Juno, mostrando sua
concentração antes de passar muito além de Marte, exceto durante a aproximação
de cometas.
Eles afirmam também que Marte não parece estar fazendo um varredura parecida,
ao contrário, a poeira está sendo gerada a partir de uma certa distância do
Sol onde o Planeta Vermelho parece ser a única fonte aparente.
De qualquer forma, Jørgensen e sua equipe não conseguiram descobrir como essas
partículas escapam de Marte, o que ficará para um estudo futuro.
Imagens: (capa-Mindauhus Gaspa) / Mindaugus Gaspa / Jorgensen et al / Journal of Geophysical Research Planets / divulgação
12/03/2021
Gostou da nossa matéria?
Inscreva-se em nosso canal no YouTube
para ver muito mais!
Encontre o site Galeria do Meteorito no Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.
Sim,olhando a luz do raio que adentram as portinholas das janelas transportam um pó fino que fica rolando ao longo de todo o raio, como se o feixe de luz fosse um espanador ou um aspirador que rola como se o feixe de luz fosse um grande tubo de ensaio com particulazinhas rodando. Isto sempre me deixou super curiosa,pois não e sujeira do ambiente isto e que me intriga
ResponderExcluirA poeira de Marte é rica em ferro. Experimente ligar um eletroímã nos raios de luz que adentram as portinholas e você capturará micromarcianos. A maior parte dela vem de Marte (65%). E a menor parte vem da Lua, das crianças jogando bola, do jamaicano que mora ali do lado, dos espirros dos cães, gatos e demais bichos, bem como dos fuscas que passam rápido demais pela estrada de chão, apostando corrida com as tartarugas ninja. A poeira tem várias origens. Viemos da poeira e para a poeira voltaremos. Não é romântico? (fonte: desciclopedia.org)
Excluir