Assista ao vivo, saiba tudo sobre a chuva de meteoros Líridas e veja como
observá-la do quintal da sua casa!
Todos os anos entre os dias 16 e 25 de abril, acontece a chuva de meteoros
Líridas (ou Lirídeas). Mas é
nos dias 21 e 22 de abril que acontece seu pico - momento em que a
maior quantidade de meteoros pode ser observada.
Isso acontece porque sempre nessa época do ano, a Terra passa pelo rastro de
detritos deixado pelo cometa Thatcher C/1861 G1, e isso é o que produz a
chuva de meteoros Líridas. Os detritos deixados pelo cometa penetram
em nossa atmosfera e criam as belíssimas "estrelas cadentes" - nome popular
para os meteoros.
Veja a chuva de meteoros Líridas do quintal da sua casa
Busque uma região o mais livre possível de poluição luminosa, ou seja, longe
de cidades grandes ou luzes artificias que atrapalham nossa observação.
O radiante (região do céu onde os meteoros parecem se originar) da
chuva de meteoros Liridas encontra-se ao lado da constelação de Lira
- daí o nome da chuva.
Você pode observar essa chuva a partir da meia-noite
(pelo seu horário local) olhando na direção leste, de todo o globo.
Radiante da chuva de meteoros Líridas (região do céu onde os meteoros
parecem se originar).
Créditos: STELLARIUM /
Edição: Galeria do Meteorito
Antes do amanhecer, por volta das 04h00 da madrugada, essa região do céu já
estará a norte. Encontre a estrela Vega - a mais brilhante da região - pois
é de lá que os meteoros devem surgir. Para o hemisfério norte, olhe próximo
do zênite (ponto mais alto do céu).
Vale lembrar que você não precisa olhar exatamente para o radiante da chuva
para conseguir observar seus meteoros, já que eles riscarão o céu em várias
direções do firmamento, mas claro, sempre se originando da região do
radiante.
A chuva de meteoros Líridas poderá ser vista de todo o Brasil!
Vale lembrar que essa chuva de meteoros é perfeitamente visível de qualquer
canto do Brasil, e também pode ser vista de qualquer parte do globo. Porém,
quanto mais ao norte do Brasil você estiver, melhor será sua
observação da chuva Liridas, já que o radiante da chuva fica na
direção norte do céu.
Como exemplo, um observador do Rio de Janeiro tem a chance de observar mais
meteoros do que um observador do Rio Grande do Sul. Por outro lado, um
observador do Ceará tem mais chances de ver uma quantidade maior de meteoros
do que aquele situado no Rio de Janeiro, e por aí vai...
Se você se encontra em outro país do hemisfério sul, vale a mesma regra:
quanto mais próximo do equador, melhor será sua observação. Observadores do
hemisfério norte são privilegiados nessa chuva de meteoros.
Os meteoros riscam uma grande extensão do céu em instantes, portanto nenhum
equipamento é necessário. Telescópios, binóculos ou monóculos irão apenas
atrapalhar a observação dos meteoros. O melhor é SEMPRE visto a olho nu.
Essa regra vale para qualquer chuva de meteoros.
Quantos meteoros a chuva Líridas produz?
A chuva de meteoros Líridas costuma produzir cerca de
15 meteoros por hora durante seu pico, podendo chegar a cerca de 20
meteoros por hora. Em alguns anos, a chuva Liridas chega a produzir cerca de
100 meteoros por hora.
Chuva de meteoros Liridas registrada pela NASA em uma composição.
Créditos: NASA / MSFC
Evite iluminação artificial que ofusque sua visão, como postes de luz.
Celular, fogueiras e outras fontes de iluminação também ofuscam sua visão, e
isso faz com que você consiga observar apenas os meteoros mais brilhantes,
perdendo aqueles mais tênues.
A Lua não vai atrapalhar as Líridas 2021
Durante o pico da chuva de meteoros Líridas 2021,
a Lua estará na fase crescente, portanto, no ponto mais alto do céu por volta das 18h00 (local). À
meia-noite, quando o radiante da chuva Líridas apontar no horizonte
leste, a Lua estará se pondo a oeste. No melhor momento da chuva, no alto da
madrugada, a Lua nem sequer estará nos céus! Isso vai ajudar MUITO a
observação do pico das Líridas 2021, já que o brilho da Lua
ofusca os meteoros mais tênues.
Transmissão ao vivo - Líridas 2021
Vamos acompanhar o pico da chuva de meteoros Liridas 2021 em uma
live que vai acontecer no nosso canal no YouTube, com imagens em
tempo real feitas a partir da nossa câmera de monitoramento de meteoros.
Durante a live das Líridas 2021, teremos ainda aquele bate-papo com
dicas de observação e muito mais.
A live terá início na noite de quarta-feira, 21 de abril, e
também estará disponível logo abaixo.
Aproveite e clique em DEFINIR LEMBRETE para você ser notificado e não perder
essa transmissão ao vivo!
Não se esqueça de se inscrever em nosso canal!
Curiosidades sobre a chuva de meteoros Liridas
Você sabia que na verdade, ela deveria se chamar "Herculidas", e não
"Líridas"? Seu radiante fica na constelação de Hércules. Essa chuva foi
nomeada e identificada no século 19, quando a UAI (União Astronômica
Internacional) ainda não havia adotado "oficialmente" a configuração das
constelações atuais, que ocorreu somente em 1922.
Outra: Uma das razões que faz a chuva de meteoros Líridas ser uma das mais
famosas é o fato dela nos surpreender de tempos em tempos, criando grandes
"outbursts" - um grande aumento abrupto na quantidade de meteoros. Com isso,
temos a possibilidade de observar uma taxa maior do que a esperada. Além
disso, a cada 60 anos aproximadamente, ela dá um verdadeiro show, como
relatado na Grécia em 1922, no Japão em 1945 e nas Américas em 1982. Em
1803, a chuva de meteoros Liridas produziu cerca de 700 meteoros por hora, o
que também aconteceu em 687 a.C.
A chuva de meteoro Líridas é uma das mais antigas chuvas de meteoros
relatadas em documentos antigos, sendo que alguns datam cerca de 2.700 anos
atrás.
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Pintura de Confúcio feita pelo pintor Wu Daozi entre 685-758. Créditos: Wikimedia Commons |
Onde foi parar o cometa Thatcher?
O cometa Thatcher (C/1861 G1) é o responsável pela criação da esteira de
detritos que resultou na anual chuva de meteoros Liridas, que ocorre
sempre na mesma época do ano.
Mas por conta de sua órbita de 415 anos (período que o cometa Thatcher leva
para completar uma volta ao redor do Sol), não temos nenhuma fotografia
desse incrível cometa.
A última vez que Thatcher passou pelo Sistema Solar interior foi em 1861, e
naquela época, os equipamentos fotográficos ainda não haviam sido espalhados
pelo mundo, e mesmo que já fossem comuns e usuais pela maioria das pessoas,
a tecnologia da época era bastante precária se comparada com a atual - seria
quase impossível fotografar o céu noturno com uma qualidade satisfatória.
Mas há esperança! A próxima vez que o cometa Thatcher passar por aqui, nós
iremos fotografá-lo incansavelmente. A parte triste dessa história é que a
nossa geração não estará mais aqui na Terra.. e nem a próxima.. nem a
próxima... já que o cometa Thatcher só passará por aqui novamente em 2276...
Imagens: (capa-divulgação) / NASA / MSFC / Wikimedia Commons / divulgação
20/04/2021
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