Estamos vendo a primeira erupção solar de classe X do Ciclo Solar 25, e um blecaute de rádio de forte intensidade atingiu o Oceano Atlântico, incluindo o Brasil
No dia 3 de julho, o Observatório Solar Dynamics da NASA capturou a erupção
solar mais uintensa dos últimos 4 anos, que foi produzida pela mancha solar
AR 2838 que havia surgido no mesmo dia. A explosão solar ocorreu às 14:29
UTC.
Esta é a primeira explosão solar de classe X detectada no Ciclo Solar 25, o
que mostra que o Sol está acordando de seu período de mínimo. Uma erupção
solar de classe X é a mais forte da escala de explosões solares. Essa que
ocorreu 03 de julho de 2021 causou ainda uma rápida tempestade geomagnética
e um blecaute de rádio em ondas curtas que atingiu o Oceano Atlântico, parte
das Américas, noroeste da África e parte da Europa.
Nosso Sol tem um ciclo natural de 11 anos de atividade, medido do mínimo (a
menor atividade) ao máximo (o mais ativo, com manchas solares, erupções e
tempestades) e de volta ao mínimo. O Ciclo Solar 25 - o 25º desde o início
dos registros confiáveis da atividade solar - começou em dezembro de 2019
- portanto, estamos caminhando para um máximo solar. O próximo pico de
máximo solar está previsto para meados de 2025.
Um vídeo registrado pelo Observatório Solar Dynamics, da NASA, mostra o
momento em que a erupção solar acontece, liberando uma grande quantidade de
radiação para o espaço. Vejam:
As erupções solares acontecem quando as manchas solares (regiões mais frias
e polarizadas do Sol) sofrem com realinhamento de suas linhas magnéticas.
Muitas vezes, uma explosão solar de radiação é seguida por uma Ejeção de Massa Coronal, que é quando o Sol arremessa parte de seu material para o
espaço.
A energia que uma explosão solar emite é equivalente a milhões de bombas
nucleares detonando ao mesmo tempo. A classe X é a classe mais poderosa, e o
número que segue nos dá informações sobre sua força. X2 é duas vezes mais
forte que X1 e assim por diante. Este flare foi classificado como um flare
classe X1.5. O
último flare de classe X foi em setembro de 2017, classificado como
X8.2.
Podemos morrer com uma explosão solar?
Felizmente não! Uma erupção solar de radiação não é capaz de passar pela
atmosfera da Terra e ainda manter energia suficiente para afetar a vida na
Terra. No entanto, uma explosão solar pode afetar a nossa tecnologia ao
atingir satélites de GPS e comunicação, bem como astronautas na Estação
Espacial e até mesmo transformadores de energia.
O SWPC (US Space Weather Prediction Center) monitora a atividade solar
constantemente, e acompanha erupções solares, ejeções de massa coronal, e
seus efeitos ao atingir o nosso planeta - as tempestade solares. Como
exemplo, essa erupção solar de 03 de julho causou um blecaute de rádio em
ondas curtas de classe R3 (forte) alguns minutos após a explosão solar, como
mostra o mapa abaixo:
A mancha solar AR 2838 (responsável pela primeira erupção solar de classe X
do atual ciclo) é uma nova região ativa, e logo após produzir a grande
erupção, se escondeu para o lado oculto do Sol, por onde atravessará até
ressurgir na face solar voltada à Terra após duas semanas (fim de julho). Se
ela resistir até lá, podemos ter mais erupções solares poderosas até o fim
do mês.
O Ciclo Solar 24 foi responsável por 49 erupções de classe X, e os
meteorologistas espaciais acreditam que o Ciclo Solar 25 deve ser, no
mínimo, tão intenso quanto o anterior. O máximo está previsto para 2025, e
até lá, muitas explosões de radiação estão a caminho...
Imagens: (capa-SDO) / SDO / NASA / SWPC / NOAA / divulgação
06/07/2021
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