Cientistas afirmam que que os braços da via Láctea podem ser mais complexos do
que imaginávamos após descoberta de nova estrutura
Há pouco tempo descobrimos que nossa galáxia tem um braço a mais além dos 4
que já conhecíamos, e agora percebemos que um desses braços está quebrado.
Na verdade os cientistas descreveram sua descoberta como uma protuberância
que se parece com uma fratura exposta, com cerca de
3 mil anos-luz de comprimento.
Conforme o artigo publicado na 'Astronomy and Astrophysics', essa quebra é a
primeira grande estrutura já descoberta na Via Láctea com um ângulo
tão diferente dos braços "normais" da nossa galáxia.
Ainda segundo os especialistas, essa região do "braço fraturado" abriga
algumas das mais célebres e belas nebulosas, como os 'Pilares da Criação'.
Graças a observações de outras galáxias ao nosso redor, sabemos que nossa
própria galáxia tem uma forma espiral, mas infelizmente é
muito difícil descobrir mais detalhes estando dentro da nossa
galáxia.
Ilustração artística da estrutura da Via Láctea de acordo com o que
conhecemos estando dentro da galáxia.
Créditos: NASA / JPL-Caltech
E sair dela, para vermos de fora, também não será uma opção viável nem mesmo
dentro de milênios, já que precisaríamos viajar na velocidade da luz por
pelo menos 50 mil anos para tentar vê-la com um mínimo de distância...
Por isso temos que
tentar descobrir a forma de nossa galáxia estando aqui mesmo dentro
dela, e como podemos imaginar, isso é muito difícil.
Em nossas tentativas de localizar os
braços espirais da Via Láctea nos deparamos com medidas
frustrantemente inexatas, mas agora astrônomos da Universidade da Califórnia
conseguiram fazer novos cálculos com a ajuda de nebulosas como a da Águia,
Trífida, Lagoa e Ômega, que foram essenciais para a identificação desse
braço quebrado em nossa galáxia.
"Uma propriedade chave dos braços espirais é a força com que eles se enrolam
em torno de uma galáxia. Essa estrutura que examinamos realmente se destaca
em um ângulo de quase 60 graus", disse o autor principal do novo estudo, Dr.
Michael Kuhn, da Universidade da Califórnia.
Localização da estrutura recém descoberta na Via Láctea de acordo com a
posição do Sistema Solar.
Créditos: NASA / JPL-Caltech
A descoberta foi possível graças ao Telescópio Espacial Spitzer, que
antes de sua aposentadoria no ano passado, mirou mais de 100.000 estrelas
muito jovens e anteriormente escondidas nesta área, o que nos permitiu
coletar a luz que passa pelas nuvens de poeira.
Outras estrelas jovens examinadas com o telescópio Gaia ajudaram na
triangulação, oferecendo distâncias muito mais precisas aos pesquisadores.
"Quando colocamos os dados de Gaia e Spitzer juntos e finalmente vimos este
mapa tridimensional detalhado, pudemos ver que há um pouco de complexidade
nesta região que não era aparente antes", completou o Dr. Kuhn.
Ainda assim, com esses novos dados, muitas suposições ainda são necessárias
para estimar a forma da nossa Galáxia, a Via Láctea, afinal devemos
lembrar que tentamos desvendar sua forma de um ponto de vista que não
favorece nossa observação.
Ainda assim, esse novo estudo é mais uma peça do quebra-cabeças cósmico que
tentamos montar apenas observando de dentro do próprio quebra-cabeças. E os
cientistas continuam se esforçando para tentar nos dar a figura mais precisa
da nossa galáxia, o que deve melhorar cada vez mais com novas tecnologias no
futuro.
Imagens: (capa-ilustração) / NASA / JPL-Caltech
23/08/2021
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Meio doido isso, não?
ResponderExcluirDe certa forma, esbarramos de novo na questão sobre o lugar em que vivemos. Na Antiguidade, quando o senso comum acreditava que nosso mundo era plano (bom, hoje tem uns trouxas que ainda acham que é, mas isso é outra história), nossos antepassados tiveram que examinar a questão indiretamente, já que ainda não tinham como sair da Terra só pra dar uma espiadinha.
Hoje, estamos numa situação parecida com relação à nossa Galáxia. Já sabemos que ela é espiral, mas não conhecemos os detalhes e como não dá pra sair dela, temos que nos contentar com os meios que temos. É como quando Eratóstenes calculou a circunferência da Terra: ele tinha ideia do formato e do tamanho, mas quanto à geografia do planeta, só se conhecia uma pequena parte; ele não fazia ideia da existência da América ou da Austrália, por exemplo.
Espero que, daqui uns milênios, quando desvendarmos os detalhes da Via Lactea, não apareçam malucos do tipo "galaxioplanistas" ou "galaxiaoquistas" pra encher o saco.
O que será que o ET Bilú tem a falar a respeito disso? Ele "provou" que a Terra é plano-convexa e que os planetas e estrelas no firmamento são ilusões de ótica e é impossível estarem onde estão. Ele conseguiu o feito de provar que satélites artificiais também são uma impossibilidade científica e com essa premissa mediu a distância entre um prédio em Natal (RN) e Torres (RS) usando um equipamento baseado em sinais de GPS. Com tanto conhecimento científico, creio que ele decorou a Enciclopédia Galacticaa em uma sentada no pinico. Então, ele deve saber se a nossa galáxia é discoide, ovoide, plano-convexoide, espermatozoide ou mesmo quadradoide.
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