NASA percebeu que existe uma chance de colisão do asteroide Bennu com a Terra

bennu pode colidir com a terra segundo a NASA

O "Asteroide do Apocalipse" tem uma pequena (porém real) chance de colisão com o nosso planeta

A NASA atualizou as informações sobre a trajetória de Bennu, refinando ainda mais a órbita da rocha espacial que passará muito perto do nosso planeta.


Em 2135 o asteroide potencialmente perigoso Bennu fará seu sobrevoo mais próximo com a Terra, e durante esse encontro, a gravidade do nosso planeta irá interagir com o asteroide, tornando os cálculos sobre sua trajetória ainda mais desafiadores.

Mas afinal por que é tão difícil determinar a trajetória precisa de Bennu?


Bem, nós sabemos como a gravidade funciona, mas ainda existem incertezas sobre a trajetória de Bennu, e elas serão maximizadas com o encontro tão próximo com o nosso planeta.

Além da gravidade, asteroides podem se mover devido ao aquecimento e resfriamento de sua superfície, como demonstra "Efeito Yarkovsky". Funciona assim: conforme o asteroide gira e sua superfície se aquece e se resfria, isso pode alterar sua trajetória de forma imprevisível.

Comparação de tamanho do asteroide Bennu
Comparação de tamanho do asteroide Bennu.
Créditos: NASA

Claro que essas alterações são muito pequenas, mas ao longo do tempo as mudanças podem ser bem significativas, e isso pode fazer a diferença entre uma passagem segura e uma colisão.

Infelizmente não temos certeza de como o efeito Yarkovsky irá interferir nessa equação, e não temos como saber exatamente onde Bennu estará em 2135.


Por isso os cientistas consideram uma série de possíveis trajetórias baseados em diversos cálculos de como o efeito Yarkovsky irá interferir no asteroide.

Algumas dessas trajetórias calculadas se alinham a posições que os cientistas chamam de "gravitational keyholes", ou "buracos de fechadura gravitacionais".

Segundo os especialistas, se Bennu passar por um desses buracos de fechadura gravitacionais, sua trajetória pode ser alterada drasticamente gerando um impacto no ano de 2182.


A chance disso realmente acontecer é muito pequena, cerca de apenas 0,035%, mas já é o suficiente pra preocupar muita gente, e claro reforçam a necessidade de acompanharmos Bennu com o máximo de atenção.

Essa é uma das razões da NASA ter enviado a nave OSIRIS-REx ao asteroide Bennu, que estudou de perto a rocha ameaçadora entre 2018 e 2021.

OSIRIS-REx melhorou muito nosso conhecimento sobre a composição, a densidade e a termo-inércia de Bennu, bem como de outros fatores que podem interferir em sua trajetória com o tempo.

Asteroide Bennu fotografado pela sonda OSIRIS-REx
Asteroide Bennu fotografado pela sonda OSIRIS-REx em 02 de dezembro de 2018 a uma distância de 24 km.
Créditos: NASA / Goddard / University of Arizona

As novas informações permitiram aos pesquisadores reduzir as incertezas, reduzindo o número de potenciais buracos de fechadura gravitacionais para 2135, eliminando muitas das possibilidades de colisão.

Ainda que Bennu permaneça como um asteroide potencialmente perigoso, nós conseguimos agora fazer simulações melhores da evolução de sua trajetória graças a OSIRIS-REx.


As novas informações permitirão que cientistas atuais e futuros refinem ainda mais a trajetória de Bennu com o passar dos anos, e isso com certeza será vital para a sobrevivência da humanidade.


Imagens: (capa-ilustração) / NASA / OSIRIS-REx / Goddard / University of Arizona / divulgação
13/08/2021


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