"É como uma série de acidentes de carro" - Jack Fisher, astronauta
aposentado
Quando as pessoas imaginam como é estar no espaço podem pensar em um
ambiente sereno, silencioso, onde podemos ver a Terra em toda a sua beleza.
Sim, isso em parte é verdade mesmo, mas muita gente esquece de alguns
momentos que são muito tensos e radicais, quando os astronautas literalmente
atravessam uma fogueira infernal para voltar a Terra.
Isso ficou bem claro depois que o
astronauta aposentado Jack Fischer compartilhou alguns vídeos no
Twitter, mostrando como é realmente passar velozmente pela atmosfera da
Terra, deixando evidente como as coisas podem ser atribuladas no
retorno de qualquer missão espacial.
"Eu peguei uma carona de volta à Terra, cortesia da Soyuz, 4 anos atrás.
Alguns astronautas comparam isso a uma série de acidentes de carro ... e eu
não discordo", escreveu Fischer no Twitter ainda em 3 de setembro de 2021.
O vídeo mostra ele próprio, a astronauta Peggy Whitson e o cosmonauta Fyodor
Yurchikhin espremidos na pequena cápsula Soyuz em seu retorno à Terra.
Os três passam por uma
gigantesca turbulência ao atravessar a atmosfera terrestre em altíssima
velocidade, que gradualmente é diminuída pelo atrito.
Depois o paraquedas se abrem para diminuir ainda mais a velocidade de
descida da cápsula antes que ela chegue a superfície. Ainda pouco antes de
aterrissar, ela dispara pequenos motores de foguete para desacelerar ainda
mais, o que acaba criando ainda mais turbulência aos desconfortáveis
passageiros. O momento do pouso é frequentemente descrito como "não suave",
e exatamente daí vem sua fama de se parecer com um "acidente de carro".
O ex-astronauta ainda completou sua descrição no Twitter dizendo: "Eu voltei
do espaço faz 4 anos esta semana, e se você já se perguntou como é quando
você viaja por esta atmosfera - aqui está".
Ele mostra ainda a espetacular
vista da janela da cápsula enquanto ela passa pela atmosfera, no que
parece um inferno de fogo. Vale ressaltar que, tecnicamente, a cápsula está
caindo como uma pedra, diminuindo sua velocidade ao invés de acelerar como
fazem os aviões.
As faíscas que vemos são partes que se soltam do escudo térmico, que é
projetado para desviar o intenso calor da reentrada. Essa
queima na atmosfera é muito parecida com o que ocorre nos meteoros,
lembrando fogos de artifício.
A fricção do ar cria uma bolha de plasma ao redor da nave, o que corta a
comunicação com as estações de controle na Terra durante alguns minutos.
E depois dessa descrição bastante traumática de tudo, podemos nos perguntar:
afinal isso tudo vale a pena? Bem, a maioria das pessoas poderia dizer que
sim, afinal retornar de uma jornada espacial em uma capsula que parece estar
sofrendo um acidente e sobreviver ileso já parece bom o suficiente para quem
se aventura a sair da Terra não é mesmo?
Imagens: (capa-Jack Fisher) / Jack Fisher / divulgação
20/09/2021
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