Em apenas 30 minutos, essa estrela anã branca perde seu brilho - isso nunca
foi visto!
Em um novo estudo publicado segunda-feira (18 de outubro) na Nature
Astronomy, cientistas detectaram um
estranho comportamento de uma estrela usando um satélite caça
planetas, que testemunhou quando repentinamente, a
estrela Ana Branca TW Pictoris, "se desligou" e depois
voltou a brilhar.
É a primeira vez que os astrônomos veem uma anã branca mudar sua
luminosidade ou brilho tão rapidamente, e isso pode ter implicações na
forma como entendemos o processo de acreção que é considerado pelos
cientistas o material de construção em muitos tipos de objetos celestes.
Vale lembrar que essas estrelas Anãs Brancas são basicamente restos de
estrelas muito grandes, aproximadamente do tamanho do nosso Sol, que
queimaram todo seu hidrogênio e, assim, os astrônomos afirmam que olhar
para esses sistemas das anãs brancas nos ajuda a aprender sobre
o futuro distante do nosso próprio Sistema Solar, quando o Sol ficar sem hidrogênio em cerca de 5 bilhões de anos.
Essa nova pesquisa foi feita usando o satélite TESS (Transiting Exoplanet
Survey Satellite - Satélite de Vigilância de Trânsito de Planetas) da
NASA, cuja missão principal é procurar mundos do tamanho da Terra
relativamente próximos ao nosso próprio planeta, em uma busca maior para
entender
como a vida pode existir em outros locais do Universo.
Neste caso, TESS avistou o brilho flutuante em uma estrela chamada
TW Pictoris, que está a cerca de 1.400 anos-luz da Terra.
Gráfico de brilho da estrela TW Pictoris. O azul marca os pontos de
brilho na escala de tempo observada,
enquanto o vermelho marca os blecautes registrados em TW Pictoris.
Créditos: Simone Scaringi / University of Durham
A autora principal do estudo, astrônoma Simone Scaringi, da Universidade
de Durham, na Inglaterra, disse em comunicado que acredita que as bizarras
mudanças de luminosidade dessa estrela acontecem graças a um estranho
evento: essa anã branca está
retirando material de uma estrela companheira
próxima, em um processo conhecido como acreção. Conforme ela "se alimenta"
de sua companheira, ela fica mais brilhante.
Mas essa bizarra queda de brilho - e depois sua retomada - foram mesmo as
partes mais estranhas da descoberta, já que essa anã branca perdeu sua
luminosidade em apenas 30 minutos, ou seja: muito mais rápido do que
outras anãs brancas observadas, que também perdiam brilho, mas faziam isso
ao longo de vários dias ou meses.
O motivo desse desaparecimento rápido, do tipo "liga e desliga"
ainda é desconhecido, já que o fluxo de material para o disco de acreção
da anã branca deve ser constante, mas os astrônomos suspeitam que pode ser
devido a flutuações no campo magnético da pequena estrela.
Os pesquisadores também afirmaram em um comunicado, que o brilho de uma
anã branca em formação é afetado pela quantidade de material do qual ela
se alimenta e que fica ao seu redor. Então nesse caso eles acreditam que
essa Anã Branca está sofrendo alguma interferência em seu suprimento de
alimentos.
Ainda segundo os responsáveis pelo estudo, eles esperam que a descoberta
os ajude a aprender mais sobre a física por trás da acreção - onde objetos
como buracos negros, anãs brancas e estrelas de nêutrons se alimentam de
material circundante de estrelas vizinhas.
Ilustração artística de uma anã branca se alimentando de uma estrela
companheira.
Créditos: Helena Uthas
Os pesquisadores teorizam que quando a estrela está "ligada", a anã branca
está se alimentando do disco de acreção como esperado. Mas quando
a estrela "desliga", é possível que seu campo magnético esteja
girando muito rapidamente, rápido demais para permitir que o material da
estrela companheira se fixe na Anã Branca.
Esse processo, que cria uma barreira centrífuga impedindo que o
material seja atraído para a estrela é chamado de "portão magnético", disseram os pesquisadores.
Por razões que ainda estão sendo investigadas, o sistema dessa Anã Branca
então se reinicializa e liga novamente, permitindo que a luminosidade
aumente.
"Ver o brilho da TW Pictoris despencar em 30 minutos é em si
extraordinário, já que nunca foi visto em outras anãs brancas, é
totalmente inesperado", disse Simone Scaringi, autora principal do estudo
e astrônoma da Universidade de Durham, na Inglaterra.
Infelizmente os pesquisadores ainda não conseguiram explicar completamente
esse processo de "liga e desliga" dessa estranha Anã Branca, e por
isso novas observações já estão sendo planejadas.
Um artigo baseado nessa pesquisa foi publicado segunda-feira (18 de
outubro de 2021) na revista Nature Astronomy.
Imagens: (capa-ilustração) / Simone Scaringi / University of Durham /
Helena Uthas / divulgação
26/10/2021
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Mensagem das estrelas, em Código Morse.
ResponderExcluir.... ..- -- .- -. ... ... - .- -.-- .- - .... --- -- .
ResponderExcluirOu coisa do tipo.
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