Essas amostras são simplesmente as mais antigas já estudadas!
Análises das amostras do coletadas pela missão japonesa Hayabusa-2
revelaram detalhes intrigantes sobre o asteroide Ryugu. Os testes
foram feitos por uma equipe internacional, que trabalhou com as
amostras da missão trazidas à Terra há cerca de um ano.
Além de ser bastante escuro e poroso, este asteroide é composto por um dos
materiais mais primitivos que conhecemos!
Com aproximadamente 1km de extensão, ele segue em uma órbita elíptica, que
se projeta para dentro do caminho orbital da Terra ao redor do Sol. A sonda
Hayabusa-2 tocou a superfície do asteroide Ryugu em 2019
e disparou um projétil para liberar detritos. A operação rendeu 5,4 g de
amostras que foram trazidas de volta pra Terra.
Um dos novos estudos, liderado pelo astrônomo Toru Yada, mostrou que o
asteroide é extremamente escuro, com albedo (que é sua capacidade de
refletir a radiação solar) de apenas 0,02, o que significa que ele reflete
apenas 2% de toda a radiação que recebe.
Amostras do asteroide Ryugu coletadas pela missão Hayabusa-2.
Créditos: Yada et al / Nat Astron / divulgação
As pesquisas também determinaram a porosidade de Ryugu que chega a
46%, sendo mais poroso que qualquer outro meteorito carbonáceo já
estudado.
Um outro estudo, liderado pelo astrônomo Cédric Pilorget, analisou a
composição da poeira coletada pela missão, e descobriu que o asteroide
parece ter uma matriz extremamente escura, provavelmente com grande presença
de minerais parecidos com argila, contendo carbonatos, ferro, compostos
voláteis e outros minerais.
Cientistas afirmaram que os resultados das novas pesquisas não chegam a ser
surpreendentes, mas ainda assim são muito importantes para confirmar
detalhes sobre esses objetos que povoam nossos arredores.
Ryugu permaneceu praticamente inalterado desde a formação do Sistema
Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos, e
suas amostras são as mais primitivas disponíveis em laboratório,
sendo uma coleção extremamente preciosa.
Segundo os pesquisadores, as amostras revelam que Ryugu é semelhante
aos
meteoritos condritos
do grupo CI, que inclui meteoritos carbonáceos.
Especialistas acreditam que essas descobertas são só o começo, e novas
pesquisas ainda prometem nos dar mais informações sobre esses antigos
objetos que são verdadeiras cápsulas do tempo, podendo nos revelar muitos
segredos da formação do nosso Sistema Solar e de todo o Universo.
Imagens: (capa-JAXA) / JAXA / Yada et al / Nat Astron / divulgação
22/12/2021
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