Pela primeira vez astrônomos observam um sistema quádruplo de asteroides!
Que todos os dias nós encontramos algo bizarro no Universo, a gente já sabia,
mas detectar um sistema quádruplo de asteroides aqui pertinho, é uma grande
novidade que deixou os astrônomos de boca aberta!
O asteroide 130 Elektra, descoberto em 1873, tem
200 quilômetros de diâmetro, e até mesmo pelo seu tamanho, os
astrônomos já o conhecem muito bem. Ele habita o Cinturão Principal de
Asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter, e recentemente, em 2003, foi
descoberta sua primeira lua intitulada S/2003 (130) 1.
Em 2014, uma segunda lua foi descoberta. Intitulada S/2014 (130) 1,
essa lua tem 2 km de diâmetro, e já foi mais difícil de ser detectada. E mesmo
se tratando de algo um tanto raro, desde 2005 os astrônomos conheciam o
asteroide Sylvia com suas duas luas. Não estávamos (ainda) falando de um
recorde.
Mas agora, um estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics, liderado
por Dr Anthony Berdeu do Instituto de Pesquisa Astronômica Nacional da
Tailândia, mostra o que ninguém imaginava: o
asteroide Elektra tem uma terceira lua! Estamos falando de um sistema
quádruplo de asteroides - um asteroide que tem a mesma quantidade de luas que
a Terra e Marte juntos - 3 luas!
Asteroide 130 Elektra e suas três luas.
Créditos: NARIT / Dr Anthony Berdeu
A descoberta curiosamente foi feita a partir de dados coletados apenas três
dias após a coleta de dados que resultou na descoberta da segunda lua em
2014. Por conta disso, a terceira lua descoberta agora foi intitulada
S/2014 (130) 2.
O fato de ter demorado tanto para conseguirmos avistar essa terceira lua é
explicado pelo seu tamanho e proximidade com o asteroide Elektra. Com
apenas 1,6 km de diâmetro, ela está a apenas 344 km de distância do
asteroide, o que a torna 15.000 vezes menos brilhante.
As observações foram feitas utilizando o instrumento SPHERE do
VLT (Very Large Telescope), localizado no Chile.
Asteroide 130 Elektra e suas 3 luas em uma imagem real.
Créditos: ESA / divulgação
Asteroide 130 Elektra e suas 3 luas em uma imagem real.
Créditos: ESA / divulgação
De acordo com os astrônomos, o que originou
tantas luas em um único asteroide foi possivelmente a colisão de um
objeto que acabou soltando partes do asteroide Elektra que por
ventura, ficaram presas pela gravidade do objeto de 200 quilômetros. Os
dados do espectro que já foram analisados na segunda lua descoberta mostram
inclusive que sua composição é a mesma do asteroide.
Quem sabe no futuro não acabamos descobrindo outro
asteroide com 3 luas, ou até mesmo uma quarta lua no asteroide 130
Elektra?
Imagens: (capa-ilustração) / NARIT / Dr Anthony Berdeu / divulgação
23/02/2022
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