O que acabamos de ver é um dos eventos mais extremos já observados em todo o
Universo!
Astrônomos tiveram a visão mais detalhada até agora de uma
onda de choque gigantesca - ou seria colossal? Seu tamanho: 6,5 milhões
de anos-luz. Você precisaria de 60 galáxias iguais a Via Láctea, de ponta a
ponta, para igualar a extensão dessa onda de choque assustadora.
As ondas de choque que vemos estão em torno do
aglomerado Abell 3667, que fica a mais de 700 milhões de anos-luz de
distância. Quando os aglomerados de galáxias colidiram para dar origem a esse
aglomerado atual que conhecemos, essa colisão produziu ondas de choque.
Os astrônomos disseram que este é um dos eventos mais energéticos que
ocorreram em nosso Universo desde o Big Bang. E nós conseguimos observá-lo!
A equipe internacional de cientistas publicou o estudo em 31 de janeiro de
2022 no periódico Astronomy and Astrophysics.
Créditos: MeerKAT / SARAO / divulgação
Aglomerado de galáxias Abell 3667
Este evento massivo e extremo envolveu dois aglomerados de galáxias que
estavam separados, mas se juntaram para formar o
aglomerado Abell 3667.
Esses dois antigos aglomerados colidiram há mais de um bilhão de anos. Os
cientistas usaram o radiotelescópio MeerKAT na África do Sul para obter uma
visão melhor do aglomerado de galáxias e suas ondas de choque.
"A presença das ondas de choques em Abell 3667 é detectada usando
mudanças bruscas nas propriedades do gás quente, rastreadas por sua emissão
de raios-X", disse Alexis Finoguenov, da Universidade de Helsinque, que
participou do estudo.
O autor principal do estudo, Francesco de Gasperin da Universidade de
Hamburgo e INAF disse que as estruturas são cheias de surpresa e são muito
mais complexas do que pensávamos anteriormente.
Parte da onda de choque resultado da colisão de galáxias do aglomerado
Abell 3667 - a Via Láctea à direita superior em escala.
Créditos: MeerKAT / SARAO / divulgação
As ondas de choque de galáxias
Os dados das ondas de rádio permitem que os cientistas vejam como as
partículas se movem pelos campos magnéticos. Os cientistas podem assim
traçar as linhas do campo magnético, que são as regiões onde as partículas
são excitadas a altas velocidades.
"As ondas de choque atuam como aceleradores de partículas gigantes que
aceleram os elétrons a velocidades próximas à velocidade da luz. Quando
esses elétrons rápidos cruzam um campo magnético, eles emitem as ondas de
rádio que vemos", disse Francesco de Gasperin. "Os choques são encadeados
por um intrincado padrão de filamentos brilhantes que traçam a localização
das linhas gigantes do campo magnético e as regiões onde os elétrons são
acelerados."
A onda de choque percorre o aglomerado de galáxias a velocidades de
1.500 km/s. Ou, como dizia o comunicado de imprensa: Isso significa que a
frente de choque atravessaria toda a Terra no tempo necessário para ler esta
frase.
Imagens: (capa-MeerKAT) / MeerKAT / SARAO / divulgação
04/03/2022
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Imagina se fosse nossa galáxia se colidirem com essa mds
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