O maior impacto detectado em Júpiter desde o 1994 pode nos ajudar a prever
efeitos de impactos até mesmo aqui na Terra
Em outubro de 2021, astrônomos profissionais detectaram um
brilho muito forte em Júpiter. Algo havia atingido o maior planeta do
Sistema Solar, liberando o equivalente a 2 megatons de TNT - um evento
comparável ao Evento de Tunguska que em 1908 foi responsável ´por derrubar
mais de 80 milhões de árvores em uma área de 2.150 quilômetros quadrados.
O estudo foi publicado no repositório ArXiv e foi aceito para publicação na
revista The Astrophysical Journal Letters.
Um grande impacto em Júpiter
A colisão aconteceu em 15 de outubro de 2021, e foi observada pelo
instrumento PONCOTS (Planetary Observation Camera for Optical Transient
Surveys), que é operado pela Universidade de Kyoto no Japão.
Esta foi a primeira vez que um observatório dedicado para detectar
impactos em Júpiter conseguiu a tal façanha, o que permitiu estudar o
impacto de forma minuciosa.
Impacto em Júpiter observado em 15 de outubro de 2021 - PONCOTS.
Créditos: PONCOTS / divulgação
Excluindo o impacto do cometa Levy-Shoemaker 9 em 1994, este foi o maior
impacto em Júpiter já registrado.
Vale ressaltar que em setembro de 2021,
outra colisão foi registrada em Júpiter, inclusive a observação foi feita por um brasileiro.
Detalhes do impacto em Júpiter
A equipe de pesquisadores conseguiu estimar que o
objeto que colidiu com Júpiter tinha 4,1 milhões de kg, e um tamanho
de 15 à 30 metros de diâmetro. Parece pouco, mas acrescente uma velocidade
rápida o suficiente para aquecer o material a cerca de 8.000°C na atmosfera
de Júpiter e você terá um bólido realmente brilhante - tão brilhante que foi
visto daqui da Terra.
Outras
colisões em Júpiter
já foram observadas por astrônomos amadores ao redor do mundo, mas esta,
além de ter sido observada por um instrumento dedicado, foi 10x mais
brilhante que as observadas anteriores.
Flash de impacto registrado em Júpiter em 15 de outubro de 2021.
Créditos: PONCOTS
Este tipo de impacto ocorre com muito mais frequência em Júpiter do que na
Terra (ainda bem!). Os pesquisadores estimaram que um impacto como esse
acontece uma vez a cada um ano, e é de 100 a 1.000 vezes mais comum do que
na Terra.
A equipe pretende lançar uma nova campanha de
monitoramento de impactos em Júpiter com uma versão atualizada do
sistema PONCOTS.
"Já que o sistema original do PONCOTS é um protótipo, ele não suporta uma
observação remota, o que é essencial para monitoramento de longo-prazo",
disse o Dr. Ko Arimatsu, líder do estudo. "A próxima geração do sistema
PONCOTS vai permitir esse modo e assim, observar detecções de outros
flashes de impacto."
Estaremos ao vivo em nosso canal no Youtube para falar mais sobre isso. A
live terá início às 21h30 de hoje, 17 de junho, e estará disponível logo
abaixo:
Coletar dados de colisões em outros planetas nos ajuda a entendermos
o que um asteroide ou um cometa parecido poderia causar aqui na Terra no
caso de uma colisão prevista. Neste caso, se este impacto tivesse ocorrido
aqui em nosso planeta, causaria uma destruição considerável em uma área do
tamanho de uma cidade.
Imagens: (capa-PONCOTS) / PONCOTS / Arimatsu et al / Universidade de Kyoto /
divulgação
17/06/2022
Gostou da nossa matéria?
Inscreva-se em nosso canal no YouTube
para ver muito mais!
Encontre o site Galeria do Meteorito no Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.
Deve ter sido uma "pancada" e tanto no planeta com aquela gravidade e aceleração, chega a dar inveja.
ResponderExcluir