A imagem feita com o telescópio SOAR mostra a nova cauda de Dimorphos que se
estende por pelo menos 10.000 km
Uma nova imagem impressionante mostra que dois dias após a nave espacial
DART (Double Asteroid Redirection Test) da NASA colidir com o asteroide
Dimorphos, a rocha espacial criou uma cauda de detritos muito brilhante que
se estende por milhares de quilômetros.
A cauda semelhante a de um cometa é feita de poeira e detritos que surgiram
após o impacto da nave DART com a superfície do asteroide Dimorphos, que faz
parte de um sistema binário de asteroides.
O impacto intencional da nave DART com o asteroide marca a primeira missão
projetada para testar se tal colisão poderia desviar um asteroide que
hipoteticamente iria colidir com a Terra. A nova cauda do asteroide
Dimorphos foi fotografada pelos astrônomos Teddy Kareta do Observatório
Lowell e Matthew Knight da Academia Naval dos EUA usando o Telescópio de
Pesquisa Astrofísica do Sul (SOAR) de 4,1 metros, no Observatório
Interamericano Cerro Tololo do NOIRLab, financiado pela National Science
Foundation, no Chile.
Asteroide Dimorphos com cauda de mais de 10 mil km de extensão após
impacto da nave DART.
Créditos: NOIRLab
"É incrível a clareza com que conseguimos capturar a estrutura e a extensão
das consequências nos dias seguintes ao impacto", disse Teddy Kareta em um
comunicado.
Asteroide Dimorphos virou um cometa?
Apesar de apresentar uma típica cauda de cometa, Dimorphos continua sendo um
asteroide. Porém, mais uma vez, podemos perceber a linha tênue que separa cometas de asteroides.
Cometas são objetos que geralmente orbitam o Sol a distâncias extremas, com
órbitas alongadas que os fazem se aproximar muito de nossa estrela. Por
habitarem os confins do Sistema Solar, seu gelo e poeira são expostos quando
se aproximam do Sol, criando a coma (pequena atmosfera de evaporação) e
cauda. Asteroides têm em sua maioria órbitas parabólicas, e não apresentam
sublimação de material para criar coma ou cauda cometária.
Uma bela cauda de cometa!
Observar o material ejetado pode permitir aos cientistas determinar melhor a
natureza da superfície de Dimorphos, revelando quanto material a colisão da
nave DART conseguiu ejetar, a velocidade com que o material foi lançado e o
tamanho das partículas ejetadas. Entender isso pode ajudar as agências
espaciais como a NASA a proteger a Terra de impactos de asteroides, porque
uma melhor compreensão da estrutura e composição dos asteroides ajuda os
cientistas a modelar a melhor forma de desviá-los.
Our last post was Monday's observations of the debris from the #DART impact on Didymos. Courtesy of @WesternU's Rob Weryk, this gif is last night's observations with MegaCam. Rob and Richard Wainscoat from @UHIfA plan continued observations of the asteroid. pic.twitter.com/2JwWaIaAWd
— CFHT (@CFHTelescope) September 28, 2022
O material dessa esteira de detritos foi inicialmente ejetado em 26 de
setembro quando DART atingiu Dimorphos, formando uma nuvem ao redor do
asteroide. A estrutura em forma de cauda se formou quando a pressão da
radiação do Sol empurrou os detritos para longe do corpo do asteroide, assim
como acontece com as caudas dos cometas quando se aproximam do Sol.
A imagem feita com o telescópio SOAR mostra a nova cauda de Dimorphos que se
estende do centro da imagem até a borda direita. Usando a distância de
Dimorphos da Terra no momento em que a imagem foi capturada, os astrônomos
estimaram que no momento do registro a cauda tinha cerca de 10.000
quilômetros de comprimento. Como comparação, Dimorphos foi estimado
em 160 metros de diâmetro.
O SOAR continuará a observar as consequências do impacto de DART, coletando
dados que ajudarão os pesquisadores a avaliar o sucesso dessa tentativa de
modificar a órbita de um asteroide. O SOAR é um membro chave da Rede de
Observatórios de Eventos Astronômicos (AEON), onde diversos telescópios se
dedicam a acompanhar com agilidade os relatos de novos fenômenos
astronômicos.
"Agora começa a próxima fase de trabalho para a equipe da missão DART, pois
eles analisam seus dados e observações por nossa equipe e outros
observadores ao redor do mundo que compartilharam o estudo deste evento
emocionante", disse Knight. "Planejamos usar o SOAR para monitorar o
material ejetado nas próximas semanas e meses. A combinação de SOAR e AEON é
exatamente o que precisamos para um acompanhamento eficiente de eventos em
evolução como este."
Imagens: (capa-NOIRLab) / NOIRLab / divulgação
04/10/2022
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