Está chegando a última grande chuva de meteoros do ano - veja como e quando
observar a Geminidas 2022!
A chuva de meteoros Gemínidas, ou Geminídeas, acontece todos os anos entre
os dias 09 e 19 de dezembro, quando a Terra passa pela esteira de detritos
deixada pelo objeto 3200 Faetonte. Mas é na madrugada de
13 pra 14 de dezembro que acontece seu pico - momento em que a maior
quantidade de meteoros pode ser observada.
Segundo especialistas, a taxa de meteoros da chuva Geminidas é
estimada entre 100 e 150 meteoros por hora durante seu pico.
Diferente de algumas chuvas que produzem meteoros tímidos e difíceis de
serem avistados, a chuva de meteoros Geminidas costuma não
decepcionar - seus meteoros são conhecidos por serem bem traçados. Não é à
toa que essa é sempre uma das chuvas de meteoros mais esperadas, todos os
anos.
Você não pode perder o pico da chuva de meteoros Geminidas 2022!
Meteoros da chuva Geminidas em 2012, por John Chumack.
Créditos: John Chumack / divulgação.
Como observar a chuva de meteoros Gemínidas 2022?
Essa é uma das chuvas de meteoros mais fáceis de serem observadas,
sobretudo por conta da quantidade alta de meteoros na noite de pico.
Não são necessários equipamentos astronômicos, como binóculos ou
telescópios. Os meteoros cruzam o céu de forma muito rápida, então o
melhor é sempre visto a olho nu.
O pico acontece na madrugada entre os dias 13 e 14 de dezembro, mas a
noite anterior e posterior também podem surpreender. Vale ressaltar:
geralmente, a taxa de meteoros na noite anterior e na noite seguinte ao
pico tende a cair em 50%.
Observando a Gemínidas 2022 do quintal de casa
Olhe na direção da constelação de Gêmeos, pois é lá que encontra-se o
radiante da chuva Geminidas (região do céu onde os meteoros parecem se
originar). Você não precisa olhar diretamente para essa constelação, mas
sim para sua direção. Uma dica é: olhe para as 3 Marias (da constelação de
Orion) pois ali surgirão vários meteoros.
Nessa época do ano, a constelação de Gêmeos nasce a leste por volta das
21h00 do seu horário local (região leste / nordeste do céu), mas depois da
meia-noite ela ganha uma altura maior no céu.
Radiante (região do céu onde os meteoros parecem se originar) da chuva
de meteoros Geminidas.
Créditos: Stellarium /
Edição: Galeria do Meteorito
O melhor horário para observar a chuva de meteoros Geminidas 2022 é por
volta das 02h00 da madrugada do seu horário local (não importa em qual
país ou região esteja). Nesse horário, a constelação de Gêmeos estará alta
na direção norte, rumando para os lados do oeste. Mas muito antes disso,
já por volta das 22h00 é possível observá-la de forma satisfatória,
melhorando sua posição a cada hora que se passa.
Neste ano, em específico, a Lua deve atrapalhar pois estará alta no céu
por volta das 02h00 da madrugada. Ou seja:
tente observar antes da meia-noite, pois a Lua não irá interferir
ofuscando os meteoros mais tênues. Se for observar quando a Lua estiver
alta no céu, vire de costas para a Lua e olhe na direção oposta.
Os meteoros da chuva Geminidas são bem traçados, intensos e muitas "bolas
de fogo" riscam o céu durante a noite de pico. Isso nos mostra que a chuva
de meteoros Geminidas não ganhou toda sua fama apenas pela quantidade de
meteoros, mas também pela qualidade deles. Quando produz bólidos, eles
apresentam cor verde, ou até mesmo amarelo e laranja.
Os meteoros não são rápidos e nem lentos. Eles riscam o céu numa
velocidade de 35 quilômetros por segundo. Sim, isso é 35 vezes mais rápido
do que a bala de um rifle, mas em comparação com outras chuvas de
meteoros, podemos dizer que seus meteoros riscam trajetórias a uma
velocidade mediana para lenta.
Transmissão ao vivo da chuva de meteoros Geminidas 2022
Faremos a cobertura completa da
chuva de meteoros Geminidas 2022 ao vivo, com imagens em tempo real
das nossas câmeras de monitoramento de meteoros.
A live acontece em
nosso canal no YouTube, mas também estará disponível logo abaixo.
Para participar do bate-papo ao vivo,
clique aqui e seja redirecionado(a) ao Youtube. Aproveite para se inscrever em nosso canal! Ative o sininho das
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Geminidas - Uma chuva diferente e muito especial
A esteira de detritos que produz a chuva de meteoros Geminidas foi
deixada pelo asteroide 3200 Phaethon (3200 Faetonte).
Geralmente as chuvas de meteoros são produzidas por esteiras de detritos
deixadas por objetos menos densos, como cometas, que ao se aproximarem do
Sol, "evaporam" parte de seu envoltório congelado que é deixado pelo seu
caminho.
Curiosamente, a chuva Geminidas é a única chuva de meteoros confirmada a
ser produzida por um asteroide, e não um cometa - isso a torna ainda mais
especial.
O objeto Faetonte - o pai da chuva de meteoros Geminidas - é um asteroide
de 5,8 km de diâmetro que se aproxima do Sol de uma forma nunca vista em
nenhum outro asteroide. Ele chega a meros 21 milhões de km da nossa
estrela. Por conta disso, a temperatura em sua superfície chega a cerca de
700ºC - tão alta que faz com que sua crosta seja estilhaçada e parte de
seu material seja deixado pelo caminho.
Asteroide 3200 Faetonte registrado pelo Observatório do Arecibo.
Créditos: Arecibo / NASA / NSF
Chuvas de meteoros costumam ser bem antigas: As Perseidas, por exemplo, já
eram observadas desde o ano 36 pelos chineses; documentos antigos mostram
que a chuva de meteoros Liridas, por sua vez, já vinha sendo observada
desde 687 a.C!
Por outro lado, a chuva de meteoros Geminidas é relativamente nova, já que
as primeiras observações documentadas são do ano de 1862. E não deve durar
por muito tempo como as outras chuvas...
De acordo com um estudo feito por Joe Rao, a chuva de meteoros Geminidas
terá um aumento abrupto de meteoros por volta do ano de 2080, podendo
chegar a uma taxa de mais de 200 meteoros por hora durante o pico. Mas
infelizmente, a Geminidas não deve sobreviver após o século 23...
Então aí está mais um motivo para passarmos a noite e a madrugada toda
observando o pico da chuva de meteoros Geminidas nessa terça-feira (13) e
quarta-feira (14).
Desejamos bons céus, e excelentes observações a todos!
Imagens: (capa-divulgação) / John Chumack / STELLARIUM / Galeria do Meteorito / Arecibo / NASA / NSF / divulgação
13/12/2022
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