Especialista em segurança espacial alerta sobre riscos graves com falta de
nave Soyuz
Após o vazamento de amônia detectado na Estação Espacial Internacional na
madrugada de 15 de dezembro, o especialista em segurança espacial, Tommaso
Sgobba, se pronunciou sobre o incidente, e alertou para o risco que os
astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional estão submetidos.
Tommaso Sgobba é presidente da Associação Internacional de Avanço de Segurança
Espacial (IAASS), e ex-diretor de segurança espacial da Agência Espacial
Europeia (ESA). Ele acredita que os danos na nave Soyuz MS-22 são
irreparáveis, sendo assim, não poderá trazer os astronautas de volta pra
Terra. "Estamos sem botes salva-vidas na Estação Espacial Internacional",
disse Tommaso. "Essa parece ser a primeira vez que isso acontece".
O problema pode levar semanas ou até meses para ser corrigido. Os principais
afetados são os cosmonautas Sergey Prokopyev, Dmitry Petelin e o astronauta
Frank Rubio, que chegaram na ISS a bordo da Soyuz em 22 de setembro, e
deveriam voltar em 28 de março com a mesma nave.
Vale ressaltar que os outros astronautas da Expedição 68, Nicole Mann, Josh
Cassada, o taikonauta Koichi Wakata e a cosmonauta Anna Kikina estão a bordo
da ISS, dando um total de 7 ocupantes - 3 deles estão sem nave para retorno.
Além disso, as naves que levam os astronautas, além de trazê-los de volta em
segurança, ficam acopladas para uma evacuação de emergência que pode ocorrer a
qualquer momento. Sem um sistema de evacuação de emergência, os astronautas
ficam sem uma fuga, caso seja necessário em uma ocasião extrema.
Agora, se realmente a nave Soyuz MS-22 estiver danificada de forma
irreparável, a Roscosmos deve enviar uma nova nave Soyuz, porém, ela tem
capacidade para 3 ocupantes. Com isso, é necessário que duas naves Soyuz sejam
enviadas.
Recorrer à nave Dragon é muito difícil, se não impossível, já que o sistema da
SpaceX utiliza trajes com precisão milimétrica. Sem medições perfeitas, feitas
em Terra, a situação é extremamente complicada ou até mesmo inviável.
Além disso, Tommaso acredita que o dano que causou o vazamento de amônia
ocorreu após um impacto de um meteoroide "não muito pequeno". O sistema de
refrigeração onde ocorreu o vazamento é preparado para impactos de
micro-meteoroides, mas não de rochas espaciais maiores. Tommaso também não
descarta uma falha no próprio sistema de refrigeração.
Imagens: (capa-divulgação) / NASA / divulgação
16/12/2022
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