Entenda a correlação entre a atividade solar e as erupções vulcânicas
O vulcão Popocatépetl teve aumento drástico de atividade,
especialmente desde a noite de 21 de maio de 2023, fazendo com que o nível
de alerta aumentasse de amarelo fase 2 para amarelo fase 3 - apenas um antes
do vermelho. Aeroportos da região, incluindo o grande aeroporto da Cidade do
México teve suas operações suspensas por conta das cinzas vulcânicas.
Do outro lado do oceano, na Itália, o
vulcão Etna
também teve aumento drástico de atividade. O que começou com um enxame
sísmico no última dia 19 de maio (assim como ocorreu em Popocatépetl), se
converteu em erupção vulcânica forte na noite de 21 de maio. O aeroporto de
Catânia, na Sicília, também foi fechado.
Para ambos vulcões são esperadas novas explosões leves e moderadas,
lançamentos de fragmentos bem como chuvas de cinzas e risco para aviação.
Vulcão Popocatépetl em erupção.
Créditos: divulgação
Coincidentemente (ou não), desde o dia 16 de maio, o Sol vem produzindo
diversas explosões de radiação, com início de uma grande explosão de classe
M9,6 (possivelmente de classe X), seguida por diversas explosões
subsequentes de classe menos intensa, que bombardearam o nosso planeta e
aumentaram a densidade de prótons na atmosfera da Terra. Será que existe
ligação entre esses eventos?
Qual é a ligação das erupções vulcânicas com o Sol?
Estamos tendo um aumento grande da atividade solar, já que o pico do máximo
solar do ciclo 25 está previsto para acontecer entre 2024 e 2025. Com isso,
o aumento de explosões de radiação, e portanto, da atividade sísmica
na Terra - consequentemente, aumento de terremotos,
erupções vulcânicas
e até mesmo, risco de tsunamis.
O vento solar atinge o campo magnético da Terra com partículas carregadas,
que produzem energia. Dependendo da intensidade, a densidade de prótons pode
afetar a crosta sólida da Terra, gerando distúrbios em zonas de subducção
onde há o encontro de placas tectônicas, e portanto, aumento de atividade
sísmica.
"Encontramos evidências de uma
alta correlação entre grandes terremotos em todo o mundo e a densidade
de prótons perto da magnetosfera, devido ao vento solar", disse Vito Marchitelli, especialista em análise de satélite da
Universidade de Basilicata em Potenzo, na Itália.
No estudo de Vito Marchitelli, ele coloca em xeque estudos anteriores que não foram tão conclusivos
(Tavares e Azevedo), que utilizaram os mínimos de Maunder (1645-1720) e de
Dalton (1790-1820), quando a atividade solar passou por uma queda intensa.
Claro: não há como ter certeza de quando teremos terremotos, erupções
vulcânicas ou tsunamis, pois vários fatores afetam esses eventos, porém,
fica claro que o Sol representa uma peça importante dessa máquina que
acontece abaixo da crosta terrestre.
As explosões solares de radiação aumentam a densidade de prótons na
nossa atmosfera, porém, são as ejeções de massa coronal (CME) que têm o
poder ainda maior de ocasionar um aumento grande na densidade de prótons, o
que afeta a crosta da Terra de forma direta.
Estamos no ciclo solar 25, e seu máximo é previsto para acontecer entre 2024
e 2025 - até lá, veremos um aumento tanto na atividade solar quanto nos
terremotos, sobretudo de magnitude acima de 5,6 (conforme mostra o estudo).
Imagens: (capa-divulgação) / divulgação
22/05/2023
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