James Webb encontra sinais de estrelas antigas, distantes, e extremamente
gigantescas
O Universo é um lugar muito grande, e quanto mais distante observamos, mais
o passado estamos vendo - e nisso James Webb é muito bom. Como de
costume, ele nos surpreende mais uma vez ao encontrar
sinais de estrelas monstruosas, que são até
10.000 vezes maiores do que o nosso Sol. Os sinais dessas
estrelas monstruosas foram encontrados em aglomerados globulares.
Aglomerados globulares são agrupamentos de estrelas que se espalham de forma
uniforme, criando uma espécie de "globo de estrelas" que são ligadas
gravitacionalmente umas com as outras.
Esses aglomerados são comuns no Universo local, e temos 157 aglomerados
globulares associados à Via Láctea.
Um aglomerado globular comum tem entre 100 mil e 1 milhão de estrelas -
todas com composição similar, o que sugere que a formação delas ocorreu na
mesma nuvem molecular.
Aglomerado globular Omega Centauri registrado pelo Observatório de La
Silla do ESO.
Créditos: ESO / divulgação
Aglomerados globulares são considerados fósseis do Universo Primitivo.
Porém, algo estranho foi visto por James Webb ao analisar o espectro da
galáxia GN-z11. Havia muito hélio, nitrogênio e sódio com relação ao carbono
e o oxigênio. Para explicar a temperatura e a pressão necessárias para
produzir tanto nitrogênio, hélio e sódio, a estrela teria que ter um tamanho
de 1.000 à 10.000 vezes o tamanho do nosso Sol.
Os ventos estelares se encarregariam de lançar esses elementos para o
espaço, poluindo os aglomerados globulares. Ao ocorrer colisões entre
estrelas, cria-se novas estrelas já com os novos elementos (produzidos pelas
estrelas monstruosas).
Os aglomerados globulares geralmente têm entre 10 e 13 bilhões de anos,
porém, essas
estrelas monstruosas com até 10.000 vezes o tamanho do Sol são do
início do Universo, e pelo tamanho absurdo, a expectativa de vida delas
seria muito curta, de apenas 2 milhões de anos.
A galáxia GN-z11 observada por James Webb existiu apenas 440 milhões
de anos após o Big Bang. Nós já conhecíamos essa galáxia, mas James Webb a
observou através do espectro para conhecer sua composição química.
Imagem da galáxia GN-z11 que encontra-se a 13,4 bilhões de anos-luz de
distância.
Créditos: NASA / ESA / divulgação
O meio interestelar de GN-z11 é enriquecido com nitrogênio comparado com o
oxigênio, com uma abundância de 4x acima daquela observada no nosso Sol.
Modelos de computador revelaram que a única explicação seria a existência de
estrelas monstruosas com até 10.000 vezes o diâmetro do nosso Sol.
"A forte presença de nitrogênio só pode ser explicada pela combustão de
hidrogênio em temperaturas extremamente altas, que só o núcleo de estrelas
supermassivas monstruosas pode atingir, como mostram os modelos de Laura
Ramirez-Galeano, aluna de mestrado de nossa equipe", disse Corinne
Charbonnel, líder do estudo da Universidade de Genebra, na Suíça.
Apesar de
James Webb ter detectado os sinais dessas estrelas monstruosas, elas
não foram confirmadas. Mas agora sabemos pra onde olhar - para o passado
distante do Universo. E como foi dito no início - James Webb é muito bom em
olhar para o passado distante do nosso vasto Universo.
Imagens: (capa-ilustração) / ESO / NASA / ESA / divulgação
05/06/2023
Gostou da nossa matéria?
Inscreva-se em nosso canal no YouTube
para ver muito mais!
Encontre o site Galeria do Meteorito no Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.