Nuvem escura e objetos JuMBOS são observados na Nebulosa de Orion
A Nebulosa de Orion é o berçário de estrelas mais próximo da Terra,
localizado na constelação de Orion bem próximo das 3 Marias. E foi pra lá
que James Webb foi apontado, o que permitiu uma visão sem precedentes
dessa região rica em formação estelar.
Por enxergar o Universo em uma faixa diferente do espectro, o infravermelho,
James Webb consegue observar camadas invisíveis
além da densa nuvem de gás e poeira. E o que foi avistado surpreendeu os
cientistas: nuvens escuras que, de início, parecia apenas poeira. No
entanto, as nuvens escuras desapareciam quando outros filtros eram
utilizados, sugerindo se tratar de uma nuvem de hélio - o segundo elemento
mais abundante do Sistema Solar. 1/4 de toda a matéria comum do Universo é
composta por hélio.
Mas não foi apenas isso que James Webb observou.
Dentro da Nebulosa de Orion
existe um aglomerado de estrelas chamado Aglomerado do Trapézio, que
tem cerca de 300.000 anos. Lá ocorre a formação de estrelas em escala
astronômica (literalmente).
Nebulosa de Orion observada por James Webb.
Créditos: ESA / divulgação
Mas o que os astrônomos não sabiam era que no Aglomerado do Trapézio
existiam objetos que até o momento, não podem ser explicados pela teoria
conhecida - os JuMBOS.
JuMBOS são planetas com a massa próximo da massa de Júpiter, e isso desafia
o que sabemos sobre a formação de estrelas e planetas.
Quando um objeto tem menos de 13x a massa de Júpiter, temos um planeta;
acima de 80x a massa de Júpiter, o objeto já tem massa suficiente para
iniciar a fusão nuclear em seu núcleo e brilhar - temos uma estrela. E
qualquer objeto que tem entre 13 e 80x a massa de Júpiter, não pode ser
classificado como planeta nem como estrelas - temos uma anã marrom (uma
estrela falha).
Objetos JuMBO registrados por James Webb na Nebulosa de Orion.
Créditos: ESA / divulgação
Quando uma parte da nuvem de gás e poeira começa a se aglutinar, acontece a
formação de uma estrela e de todo um sistema. O que sobra da formação da
estrela em seu disco de acreção é o material que formará os planetas daquele
sistema.
Porém, o que vemos são objetos com cerca de 0,6x a massa de Júpiter
(planetas gigantes com aproximadamente 2x a massa de Júpiter) sendo formados
diretamente da nuvem de gás e poeira que deveria formar estrelas.
Esses planetas JuMBOS não podem ser explicados pela teoria conhecida de
formação estelar, e a única explicação mais plausível seria a de que eles
teriam sido arremessados de suas estrelas - mas não parece que isso
aconteceu.
Outra explicação seria a de que eles estariam sendo formados diretamente da
nuvem de gás e poeira - e é isso que parece, mas de acordo com a física que
conhecemos e a formação estelar, isso não seria possível.
Mesmo sendo a nebulosa mais observada pela humanidade e o berçário de
estrelas mais próximo da Terra, a
Nebulosa de Orion ainda guarda segredos
que agora, com ajuda do potente telescópio espacial James Webb estamos tendo
o privilégio de desvendar.
Imagens: (capa-ESA) / ESA / divulgação
04/10/2023
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