Alerta Solar - Buraco Coronal recordista está perfeitamente mirado para a Terra

Alerta Solar - Buraco Coronal recordista está perfeitamente mirado para a Terra

Um buraco coronal recordista cresceu ainda mais e está neste momento na mira do nosso planeta - quais os efeitos disso?

Um buraco coronal de tamanho recorde está na mira da Terra neste momento. Buracos coronais são regiões na coroa do Sol (camada mais externa da atmosfera solar) onde as linhas de campo magnético estão soltas, resultando em um fluxo de vento solar mais intenso e livre.


Diferente de Ejeções de Massa Coronal, que são verdadeiros "tiros de bazuca" do Sol, buracos coronais produzem o chamado HSS - High Speed Stream (Jatos de Alta Velocidade), justamente por conta de suas linhas unipolares e de seu vento solar livre. Por conta disso, eles aparecem na cor escura pois são regiões mais frias da coroa solar.

No dia 21 de março de 2025 pudemos notar nas imagens do observatório SDO da NASA o surgimento de uma buraco coronal de grandes proporções. No dia 23 de março as imagens mostraram que o buraco coronal recordista ganhou tamanho.

Hoje, 24 de março de 2025, esse buraco coronal já está perfeitamente na mira da Terra. Além de gigantesco, esse buraco coronal é trans-equatorial - ou seja, atravessa a linha equatorial do Sol - e mais: ele preenche uma grande parte de todo o disco visível do Sol.

De acordo com dados históricos de observatórios solares, este buraco coronal de março de 2025 já pode ser considerado o maior ou pelo menos, um dos maiores buracos coronais já vistos. Seu vento solar de alta velocidade deve atingir o nosso planeta a partir de amanhã, 25 de março.


Quais os efeitos de grandes buracos coronais?

De acordo com diversos estudos, buracos coronais muito grandes causam grande perturbação no campo magnético da Terra. E por produzirem algo diferente das Ejeções de Massa Coronal que são muito mais impulsivas, seu vento solar é duradouro (sobretudo quando falamos de buracos coronais enormes como esse), resultando em uma perturbação magnética mais longa.


No dia 09 de março de 2011, um buraco coronal gigantesco (também recordista) estava na mira perfeita da Terra. Junto com ele, tivemos um impacto de uma Ejeção de Massa Coronal que resultou em uma tempestade solar. Além disso, poucos dias antes, tivemos uma explosão de radiação de classe X. No dia 11 de março de 2011, aconteceu o Grande Terremoto de Tohoku, no Japão - um dos maiores terremotos já registrados no planeta Terra.

De magnitude 9.1, o terremoto de Tohoku produziu um tsunami com ondas de 40 metros de altura, causando ainda o desastre nuclear de Fukushima Daichii.


Foi apenas uma coincidência?

Diversos estudos apontam que tempestades solares são gatilho para terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis. Ondas de Alfvén e a piezoeletricidade reversa podem explicar o que ocorre quando uma grande perturbação magnética atinge o nosso planeta, causando perturbações na crosta terrestre e sendo gatilho para intensa atividade sísmica.


14 anos se passaram e agora, março de 2025 estamos passando por algo muito parecido na atividade solar. Temos um gigantesco buraco coronal de tamanho recorde (ainda maior que aquele observado em 2011). Nas primeiras horas de hoje (24 de março) tivemos o impacto de uma tempestade solar de nível G1 - só falta o flare de radiação para ter o "pacote completo".

Mudanças muito intensas no campo magnético da Terra são conhecidas por provocar grande atividade sísmica aqui na Terra. Não que sejam a única causa, mas podem dar aquele empurrãozinho que estava faltando, como mostra mais um estudo divulgado recentemente em 10 de março de 2025 ligando tempestades solares com terremotos de grande magnitude.


Teremos um grande terremoto em março de 2025?

Não necessariamente. Como vemos em diversos estudos científicos, buracos coronais muito grandes (bem como qualquer outra atividade solar intensa) têm o efeito de gatilho para grandes terremotos, mas não são fator decisivo.


Por outro lado, podemos notar facilmente uma correlação entre atividade solar e atividade sísmica. Podemos dizer que o gatilho está sendo dado com o vento solar intenso desse grande buraco coronal. Se vai acontecer? O tempo dirá...

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Imagens: (capa-divulgação) / SDO / divulgação
24/03/2025




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